Pétala de cristal

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Quão delicada! Jamais poderia sentir dor imensa, há de preferir a morte!
Tortura devastadora que corre pelo seu frágil caule transmuta sua cor.
Pobre delicada! Está transbordada de sentimento que mal vê que se deixa ferir!
Seus espinhos já não machucam mesmo que pressionados para si!
Seu perfume, há pouco tão delicioso já não perfumam o jardim.
O vento leve no seu doce balançar já não tem o seu charme, se molha no orvalho cristalino das suas manhãs.
Adocicada pétala que de tão bela paralisou o teu olhar! Tão bela quanto o seu sabor que sem gosto ficou!
Pétala, Pétala! Que triste abandono lhe causou tanta dor?
Que triste carinho te fez esmorecer junto ao por do sol?
Pétala de puro cristal não merece o seu sofrer! És tão delicada...
Pétala preciosa, lindo diamante covardemente perfurado, não refez sua beleza nem se pôs a perfumar.
Pétala diamantada foi posta ao luar na solidão depois de tanto amor!
Tanto amor que não relutou aos amargos venenos da sua própria raiz.
Se apagou ao luar, envenenada Pétala de cristal se apagou ao luar, se calou ao luar...

kt