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Entardecer




★ ★ ★

O entardecer estava como sempre belo.
No céu nuvens alaranjadas e uma rajada de azul pintando telas.

O vento gelado refrescava o calor que aquecia todos os
corações, mas talvez não o meu...

Pés doloridos e cansados clamavam pelas pedras sagradas e o
corpo quente as águas frias da cachoeira do Flávio.

Ao longe bem baixinho enviado pelos anjos one slip que rasgava os pedaços de
papel e formava luzes amarelas em forma de dança!

Olhos fundos, mente conturbada e a forte sensação que o desapego
pode ser algo insuportável para sentidos irresponsáveis.

Mãos tremulas e músculos disparados atordoados junto ao fogo
queimando a espinha até chegar no pé do ouvido.

São muitas as sensações do entardecer, são poucas as palavras
ditas com ternura e são muitas as feridas abertas ainda frescas
de gritos estúpidos que saem da boca do estômago ulceroso.

Boca sem saliva, garganta sem voz, olhos sem lágrimas e mãos...não,
mãos não, mão.Cinco dedos presos a uma palma e nada mais que isso.

Confusão de sentimentos, juras eternas e falsas de amor, desprezo
compulsivo e atraente, mesquinho e inojável.

Vontade imensa de voar milhas e milhas com a mente vazia e pacífica,
mas pernas e braços acorrentados a gestos inescrupulosos de um
prazer incomparável.

O entardecer não proporciona mais o alívio para o apego doentio e insano,
a vontade de voar não sana com o silêncio da respiração, e a calma forjada
é feita de dolorosas e densas sensações...

E o entardecer...continua sendo só um falso prazer para as correntes dos braços e pernas
incapazes de voar livres e soltos como as brumas coloridas do meu antes...

kt

1 comentários:

edegar disse...

Sinto falta das tuas palavras, laudas, letras, conjecturas, da tua mente em profusão... PAX!